Há um outro curioso nome,
mais interessante e, provavelmente, muito mais antigo, para se referir a nossa
terra: Ilha da Maritacaca.
Foi Raimundo Nonato da Silva, em seu livro “Figuras e Tradições
do Nordeste”, editado pela Editora Pongetti no ano de 1958, o nosso primeiro
estudioso a registrar a ocorrência desse topônimo. Apesar de essa obra ser
completamente magnífica, não coube ao competente autor, explicar o significado
desse termo.
Suponho que Raimundo Nonato tomou conhecimento sobre o
nome, Ilha da Maritacaca, através do seu contato com os habitantes mais velhos
da região e suas narrativas, que ao passarem essa informação de geração a
geração via tradição oral, fizeram com que esse dado se difundisse o bastante
para chegar a todos nós, do mesmo modo, que, provavelmente, chegou ao notável
pesquisador.
O termo “maritacaca” deriva de mbiaratáka, palavra de origem tupi formada
pelos termos embiara, derivado de mbiara,
que significa presa, e tacaca, derivado de táka, que significa fedor. Assim,
maritacaca, nada mais é do que uma determinada caça malcheirosa com que alguns
índios se alimentavam.
Cassaco, timbu ou taibu, sarigüê ou saruê, mucura ou micurê,
ticaca, tacaca ou maritacaca, são todos sinônimos para o mesmo animal, o gambá,
ou mais precisamente, quatro espécies, muito semelhantes entre si, do
gênero Didelphis.
Em Areia Branca, ainda temos o gambá-de-orelha-branca, Didelphis albiventris [ver
imagem abaixo], espécie de marsupial endêmica da América do Sul que habita as
matas ciliares, as camboas, os manguezais e as restingas que integram o rio, o
mar, as dunas e as lagoas intradunares do nosso litoral à caatinga do
semi-árido local.
FONTE –
ERA UMA VEZ EM AREIA BRANCA
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